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Cação não existe

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Cação é tubarão! Apenas uma nomenclatura para se vender carne de um animal em extinção

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Mergulho em Arraial do Cabo




Quando estive em Arraial do Cabo pela primeira vez no ano 2000 para começar meu curso de mergulho, não imaginava que hoje, após dez anos e muito mais experiente no mergulho, estaria sentado aqui às 23:55h do dia 29 de Dezembro começando escrever um fotolivro inteiramente dedicado a este lugar maravilhoso. Não sei ao certo quantos mergulhos tenho nessas águas, mas com toda certeza é meu refúgio, um paraíso para quem acredita que só essas águas são capazes de renovar minhas energias. Em 2005 quando comecei fotografar a vida marinha, com uma simples máquina fotográfica, certamente estaria longe da realização deste trabalho.

 Hoje com equipamento digital profissional, muito mais experiente e um senso crítico mais apurado, tenho um acervo bem maior e de qualidade muito acima das minha primeiras fotos em 2005. Um arraial que está localizado na extremidade de um cabo (uma extensão de terra do continente que se projeta para o mar, sendo assim, banhado por três lados e apenas um lado faz comunicação com o continente).


Tem muitos pontos de mergulhos, de profundidades variadas, mas quase sempre cercado de muita vida, Arraial do Cabo, foi abençoado por Deus com o fenómeno conhecido com ressurgência, dando a essas águas uma quantidade de vidas impossível de ser mostrada em simples fotos. Mesmo sendo muito mais fácil a realização de fotosub em mergulhos autónomo, hoje gosto muito de cair n'agua para fotografar em apnéia, e o local conhecido como Ponta da Prainha, é para mim um verdadeiro oásis. Mas é injustiça classificar apenas um ponto, Arraial é no todo um verdadeiro paraíso.


   
Ano 2000, venho à Arraial do Cabo para minha primeira aula do curso básico de mergulho. Um simples arraial, localizado em um cabo. Um detalhe que precisa ser observado, certamente é visto por todos, que tem o prazer de estar neste lugar, mas normalmente não é observado. A única chegada, é contemplada com uma vista de uma pequena praia a esquerda, local de uma riqueza submersa realmente impressinante. Logo a direita, uma enorme praia de areias completamente branca e de águas normalmente geladas. E para completar, a frente uma enseada com algumas ilhas, muitas condições de mergulho, e uma biodiversidade marinha digna de um lugar que pode ser considerado como capital brasileira de mergulho. Uma cidade que está localizada na extremidade de um cabo, em uma posição estratégica para que em suas águas, tenha um fenómeno conhecido como ressurgência. Arraial do Cabo é cercado por inúmeros pontos de mergulho, cada um com suas características específicas, mas tendo em comum, uma riqueza viva.


Arraial do Cabo tem a magia de uma cidade pequena, lugar de descanso e encontro com a natureza, mas, essa natureza tem que ser admirada através das lentes de uma máscara de mergulho. Águas que abrigam desde minúsculos camarões "dançarinos" a enormes baleias. Mergulho em nível básico ou avançado, ou pelas cavernas (o que particularmente eu detesto), pelos naufrágios, em mergulho livre ou pelo autónomo. Arraial ainda tem a característica de ter 75% do seu território cercado pelo mar, e no centro, uma montanha e algumas ilhas.
Vento forte de um lado, parado do outro. Mar alto
em uma parte, calmaria na outra. Estar neste lugar,
é a certeza de um mergulho, certeza de um mergulho
em águas de um paraíso. Isto é o que sinto, o que vejo,
e o principal, é o que fotografo.  
Como toda cidade que é um paraíso, Arraial do Cabo também tem a invasão de turistas no verão, e os mais prejudicados com isto, são os seres que vivem no mar. Como sempre, eu estava dentro d'agua fotografando, já cansado de tentar fotografar um peixe que nunca tinha visto por ali. Fui para um outro canto, para ver se achava alguma coisa nova, quando tive o desprazer de ver um peixe preso em uma sacola plástica. Na tentativa de sobre vivência, ele já aparentava estar muito cansado. Mais uma vez, minha paixão pela fotografia, conseguiu me colocar no exato local onde alguém precisava de minha ajuda. Uma foto ainda no plástico, seu olhar de desesperado, parece que não entendia, que eu estava ali apenas para ajudá-lo, e registrar aquela situação, que é um verdadeiro descaso com a natureza. 

Em poucas páginas, ficaria difícil expor todas as minhas fotos feitas neste lugar. Usando a recordação que tenho de cada uma delas, vou selecionando as imagens, que de certa forma ficaram em minha mente desde o dia que a fiz. Como por exemplo, a moreia verde, que estava presa em um anzol, com o nylon agarrado em um pedra. Certamente, ela ficaria presa até sua morte, mas como sempre, estou equipado com minha faca, como acessório de segurança, consegui cortar o nylon, e rapidamente fazer sua foto novamente em liberdade, mas ainda um pouco estressada.   

A cinco dias atrás, tentando fazer algumas fotos em um mergulho livre numa laje na praia conhecida como Prainha, vi um peixe que ainda não conhecia. Um local com muitas algas, infelizmente não consegui, se quer, chegar perto do peixinho que se camuflava em meio as plantas. Um peixe que ainda não havia fotografado. Me armei de esperança na tentativa de enquadrá-lo em minha lente nos próximos dias que teria de mergulho. No segundo dia, a água amanhece mexida e um pouco turva, diminuindo ainda mais minhas possibilidades de fotografar. Já no terceiro e quarto dias, as condições da água haviam melhorado muito, e achando que a realização da foto em apnéia seria de maior valor, não quis tentar o mergulho autónomo. Sempre a mesma história. 
Dragão Verde
Dragão Verde

Só conseguia ver o peixe da superfície, não permitindo a menor aproximação. No quinto e último dia, após duas horas dentro d'água, voltando para superfície, consegui ver um deles me observando. Infelizmente, a qualidade da foto não ficou espetacular, mas, foram as únicas fotos que consegui fazer. 
Certamente irei tentar uma foto bem melhor. Valeu, mas ainda não estou satisfeito




O link abaixo direciona para um site onde está anexado um trabalho fotográfico da vida submersa de Arraial do Cabo em formato de revista eletrônica, espero que admirem o trabalho e comentários serão sempre bem vindo.

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