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Cação não existe

Cação não existe
Cação é tubarão! Apenas uma nomenclatura para se vender carne de um animal em extinção

segunda-feira, 19 de março de 2012

Tubarões (part I)



Imagem cedida por Felipe Degan

A primeira coisa que eu gostaria de deixar bem claro, é que não existe qualquer diferença que faça o tubarão ser um animal distinto do cação, ou seja, cação e tubarão são exatamente a mesma coisa, apenas nomenclaturas diferentes. Uma passagem correta talvez seja que o cação, é o tubarão que nós comemos e, o tubarão, é o cação que come a gente. O que seria uma grande mentira também, porque tubarão odeia carne humana. Toda vez que alguém comer carne de cação, estará comendo tubarão, animal com hábitos alimentares estranhos, comedores de carniças, até mesmo restos humanos. Alguns tubarões têm uma enorme quantidade de mercúrio na carne, o que pode causar sérios problemas de saúde quem consome essa carne.
É impossível falar em tubarões e não falar em dois grandes nomes no assunto. O Gabriel Ganme, ministrador do curso ProTuba e no Marcelo Szpilman, autor do livro “Tubarões no Brasil”, ambos usados como base para essa postagem.
Venho postando fotos e experiências de mergulhos com tubarões, mas agora achei que é ora de passar um pouco mais do conhecimento que tenho sobre esses animais maravilhosos. A maioria das imagens desta postagem, foi cedida por amigos ou foi extraída do livro.


Imagem escaneada do livro "Tubarões no Brasil"


Conhecendo os tubarões.
Apesar, da palavra tubarão, estar erroneamente ligada a palavra medo, na boca da maioria da população, sou obrigado a assumir, que a primeira vez que cair n’água em meio aos tubarões, sentir um certo receio. Mas hoje tenho total certeza que o sentimento que deve existir é o respeito, um pelo outro. Quando estive em Galápagos em 2011, nossa embarcação ficava ancorada as margens da Ilha de Darwin, e sempre rodeada por muitos tubarões que ficavam a espera de resto de comida, que eram jogados na água. Juro que pensei em cair neste ponto para mais um mergulho na companhia dos tubarões, mas, se eles estão ali por causa da comida, é evidente que quando eu entrasse na água, iria haver uma investida dos tubarões.


Imagem cedida por Gabriel Ganme. Tubarão Branco macho









Citei essa passagem, porque além do Gabriel Ganme ser um estudioso no assunto, também é um fanático por esses animais. Em uma de suas idas a Ilha Darwin, ele achou que deveria cair na água exatamente neste ponto onde os tubarões ficam a espera de comida que vem da superfície. Então entra uma das muitas experiências que o Gabriel tem em água. Ele disse: que foi só projetar o corpo em direção à água, que surgiu tubarão de tudo quanto era lado, levou tanto “tubarãozada” que não sabia mais de onde vinham tantos animais. Passado o susto e, NENHUMA mordida, foi só aproveitar o mergulho e nada mais.
Um acontecimento que deixa claro que o respeito e limites devem ser mantidos, mas o medo não é algo necessário com os tubarões.
Imagem Gilson Jr



TUBARÃO

No mundo todo, existem aproximadamente 400 espécies de tubarões, sendo que apenas 88 delas são encontradas no Brasil.
Um animal com uma evolução tão perfeita, que é capaz de ter todos os acessórios para conseguir realizar o que precisa na busca de sua alimentação. Constantemente atrás de alimento, os tubarões desenvolveram tudo que foi necessário para ir  buscar, encontrar, capturar e finalizar suas vítimas. Sendo capaz de viver em todos os oceanos, desde a superfície até incríveis profundidades, os tubarões não seguem uma regra em suas atitudes. Infelizmente, os estudos de longas datas destes animais, não são muitos fácies, porque o seu esqueleto cartilaginoso não permanece na natureza por muito tempo, sendo necessário as vezes, buscar algumas respostas em estudos de seus dentes, por permanecerem íntegro por muito mais tempo do que qualquer outra parte do corpo. E por falar em dentes de tubarões, tem espécie de tubarão que consegue trocar de dentes até 800 vezes por semana e, chegando até 30 mil trocas por anos. Isso acontece, porque os dentes dos tubarões, não têm raízes e nem nervos, sendo perdidos facilmente na hora da alimentação, mas em compensação, são repostos quase que imediatamente por dentes que já estão logo atrás.

Imagem ilustrativa do formato e posicionamento dos dentes dos tubarões
Imagem escaneada do livro


Imagem ilustrativa dos sensores que os tubarões utilizam para detectarem alterações no ambiente 
Imagem escaneada do livro


O órgão sexual masculino dos tubarões é conhecido como Cásper, e normalmente os machos apresentam dois deste órgão, por esse motivo originou a ideia que carne de cação é afrodisíaca, só pelo fato de ter dois “pênis’. Diferentes de outros peixes, a reprodução e fecundação dos tubarões, são internamente e, durante o acasalamento, muitas fêmeas saem machucadas pelas mordidas dadas pelos machos. Já o desenvolvimento do embrião pode ser interno ou externos, em ovos depositados junto ao fundo e sempre sob a vigia da mãe. Apenas 10% das espécies, o desenvolvimento é feito através de cordão umbilical e placenta. A seleção natural já começa dentro do útero , é o caso dos Cabeças-chata, que devora os próprios irmãos antes mesmo do nascimento.
A pele dos tubarões é protegida por escamas, o que torna a superfície muito áspera no sentido cauda-cabeça, devido essa característica, o couro de tubarão era usado para lixar cascos de embarcações no passado. Já no sentido cabeça-cauda, a superfície é extremamente lisa, e estudos comprovaram que se a pele fosse lisa em ambos os sentidos, o tubarão provocaria turbulência e arrasto na hora do nado, havendo uma diminuição da velocidade e dificultando assim a busca pela presa.
Os tubarões não têm pálpebras, algumas espécies apresentam uma membrana chamada Membrana Nictitantes, que serve para proteger os olhos na hora dos ataques. Apesar da visão não ser o sentido mais apurado, o tubarão consegue ter uma visão bidimensional, sendo capaz de enxergar em duas direções ao mesmo tempo, conseguindo abranger um campo grande de visão em busca de presa ou em atenção com seu predador. Por não ter um bom campo de visão entre os dois olhos, é necessário que o tubarão gire a cabeça constantemente de um lado para o outro para poder ver o que está a sua frente.

Imagem cedida por Felipe Degan


O olfato nos tubarões é um sentido extremamente apurado, o tubarão é capaz de perceber uma gota de sangue ou um corpo em decomposição em uma parte para um milhão, o que significa que ele teria a capacidade de perceber uma gota de sague a 300 metros de distância em mar aberto.
O ouvido interno dos tubarões fica localizado logo atrás dos olhos e podem detectar um peixe ou um nadador se debatendo a 600 metros de distância e, junto com o olfato ele terá reações que poderão ser de susto, curiosidade ou estímulo ao seu apetite.
Os tubarões possuem linhas laterais com poros, que se estendem da cabeça até a cauda de ambos os lados, que são capazes de captar vibrações, correntes, alterações de temperaturas e pressão da água. Sendo capaz até de localizar obstáculos e alimentos em águas turvas. Já no focinho, os tubarões têm receptores sensitivos, conhecido como Âmpola de Lorenzini, capazes de sentir temperaturas, salinidades, pressão e a incrível capacidade de detectar campos elétricos gerados por outros animais. Visto que atividades fisiológicas, especialmente as musculares geram um campo elétrico. Mesmo em mudanças bem simples, o tubarão é capaz de sentir e localizar presas enterradas na areia como forma de defesa. Além desta função, os tubarões usam essa percepção para se localizarem nas grandes navegações em mar aberto, usando o campo eletromagnético da terra para se orientarem.













A maioria das espécies de tubarões, nessecitam nadar constantemente, ou então ficar em área de fortes correntezas, para obrigarem a água entrar em sua boca e assim passar pelas brânquias para que possa haver a troca gasosa, e então sair pela pelas fendas brânquias. Com a ausência de bexiga nadatória, que é um órgão que se enche de gás para manter a flutuabilidade dos peixes, o tubarão usa o fígado para esta função além da real função hepática, usando no controle de sua profundidade. Essa obrigatoriedade em nadar constantemente, gera um enorme consumo de energia, fazendo com que os tubarões estejam sempre atrás de comida, principalmente atrás das presas que estejam em dificuldades. Porque uma possível presa em seu estado normal, pode se tornar um perigo em potencial, podendo reagir aos ataques do tubarão e causar algum dano. Qualquer animal ferido no mar é praticamente um atestado de óbto.
Levando em consideração as três espécies mais perigosas para o homem. O Tubarão Branco, o Tubarão Tigre e o Cabeça Chata, eles não apresentam um padrão de ataque em comum, cada um destes três exemplares agem de forma exclusiva. Mas existem relatos de vítimas e observadores, que alguns tubarões apresentaram os mesmos comportamentos nos momentos que antecedem o ataque. É comum que o tubarão nade para frente e para trás ou passe por sua vítima algumas vezes antes de atacar, uma forma de poder estudar se ele estará correndo risco ou não no ataque. Também é comum que os tubarões abaixem as nadadeiras peitorais e curve o dorso para baixo nos instantes que antecedem o ataque. Alguns tubarões batem em sua vítima antes do ataque, para que possam desnorteá-la para o ataque propriamante dito. Por ser extremamente difícil perceber essas atitudes, é praticamente impossível identificar se o ataque vai ou não acontecer de fato.

Tubarão Limão na estação de limpeza, de boca aberta para que os peixes comedores de parasitas, possam realizar toda a limpeza de pele.  
Imagem cedida por Tiago Degan

 Há relatos que o ataque de tubarão foi feito em cima de uma única pessoa em meio a um grupo de banhista, não havendo nenhuma investida nas demais pessoas que estavam presente, nem mesmo as que tentavam socorrer a vítima. Em contra partida, há relatos da formação de uma verdadeira orgia no local do ataque, devido a enorme quantidade de sangue na água, os tubarões entraram em um verdadeiro frenesi alimentar, chegando haver ataque e morte de outros tubarões.
O tipo de ataque onde o tubarão dá uma única mordida e desaparece, é o mais comum dos ataques não provocados. Isso normalmente acontece por animais mais jovens que ainda não têm muita certeza do que estão fazendo. Ou em águas turvas e/ou agitadas, situações que os tubarões têm que agir rapidamente e sair do local de ataque para que não sofram revida. Quando é o caso em que o tubarão sabe o que é sua vítima, normalmente o ataque acontece de duas formas distintas, ou o tubarão investe em algumas batidas na sua vítima, para posteriormente morde, no caso de vítimas potencialmente perigosas. Ou em caso de vítimas que não apresentam qualquer perigo, o tubarão poderá partir direto para o ataque finalizando com várias mordidas.   


O Grande e temido Tubarão Branco, imagem cedida por Gabriel Ganme. Animal de beleza ímpar.

Proteção do olho com a membrana Nictitante durante o ataque.
Este é o livro que usei como base para esta postagem, além dos conhecimentos adquiridos no curso Protuba



Esta é uma página que tem no livro para que seus leitores possam se filiar ao projeto de proteção aos tubarões. Para se cadastrar ao Instituto Aqualung é só enviar um e-mail para instaqua@uol.com.br  informando o nome completo, endereço completo, e-mail, dizer que leu a matéria em meu blog e um breve comentário sobre o assunto. Com isso receberá através dos correios um informativo e um adesivo exclusivo do projeto.  





Imagem Gilson Jr
Imagem cedida por Felipe Degan

Para quem quiser aprender um pouco mais sobre os tubarões, aconselho adquirir o
livro "Tubarões no Brasil"  
Ajude na campanha contra o crime de matança de tubarão, assinando o BAIXA-ASSINADO para tentarmos um apoio do poder público. Clique aqui para ASSINAR
Leia mais em:
Tubarões ( part II )
Tubarões ( part III )

Um comentário:

  1. Cara muuuito legal e informativo, esdtou me formando em biologia e posso dizer parabens pelo blog...

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