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Cação não existe

Cação não existe
Cação é tubarão! Apenas uma nomenclatura para se vender carne de um animal em extinção

sexta-feira, 18 de março de 2011

Mergulho com Tubarões Africanos ( Shark Feeding )


UM GRANDE PRAZER DE ESTAR SUBMERSO!


Porque eu me tornaria refém de um ser que sempre foi  vítima dos seres humanos, uma espécie que se diz racional, mas demonstram em sua atitudes, atos que nem os temidos tubarões conseguem cometer, de tão absurdo que é. Perder a vida por causa de suas barbatanas, porque a cultura diz que a sopa  de tubarão é afrodisíaco, é um verdadeiro exemplo da irracionalidade humana. Vida de tubarão não é sopa!  Meu mergulho não teria nenhuma gaiola de proteção, o sentido seria, eu, eles, e entre nós, apenas o azul de profundidade sem limite. É óbvio que rola um sentimento estranho em minha mente, uma mistura de ansiedade, tensão, curiosidade e muita expectativa.



O Shark feeding (a prática de alimentação de tubarões em mar aberto) é algo muito marcante para quem ama a vida no mar. Em águas do oceâno Índico, pertencente ao território de Durban, na África do Sul, fui para o ponto de encontro em um bote inflável, empurrado por dois motores muito fortes, e mesmo assim ainda passamos uns quarenta minutos vencendo um mar extremamente alto, ondas entravam pela proa e lavavam o bote a todo instante. Sob a responsabilidade de um guia local, que foi merecedor de um diploma da National Geographic, pela participação no documentário Planeta Azul, sentia-me mais seguro, pela confiança e conhecimento que via nele.


Nosso bote sofrendo os fortes movimentos das águas, sob um sol escaldante, começamos a apreciar, as dezenas de galhas com a ponta preta, rodearem nossa embarcação, atraídos pelo engodo, uma mistura de sangue, óleo e peixe morto, os Tubarões Galha Preta chegavam aos montes. As orientações eram as seguintes: O engodo ficará aos seis metros de profundidade, preso em uma bóia que será levada pela maré. Nós deveríamos ficar a uns quatro metros do engodo, paralelo a direção da correnteza. Não seria um encontro que talvez não acontecesse, eu estava ali já equipado para cair n`água, e os tubarões em nossa volta naquelas águas turbulentas.


Entramos. Um, dois, três, dez, vinte, quarenta, impossível contar quantos tubaões tinham exatamente, mas eram muitos. Agitados passávam por cima, por baixo, encostavam na gente sem querer, mas sempre demonstrando um enorme respeito por nós. Curiosos viam ver de perto, bem de perto, o que eram aquelas luzes que disparavam flahes a todos os instantes. O barulho das borbulhas de nosso equipamento de mergulho não deixava que eles se aproximassem muito, mas era só ficar em apnéia que imediatamente comaçavam a vir em minha direção, uns com cara de curiosos, outros já aparentavam estar meio estressados, mas era só soltar o ar da respiração que eles se afastavam novamente. 


Infelizmente seus movimentos rápidos, uma água que poderia ter um pouco mais de transparência e uns animais com até 2,8 metros de comprimentos, foram fundamentais para dificultar o resultado das fotos. Mas mesmo assim, me dei por satisfeito com relação ao trabalho fotográfico. Já a realização pessoal estava em alta, um verdadeiro fascínio realizado. Olhar dentro de seus olhos, ver a elegância daquela forma suave de nadar, estar ali presente em seu habitat, ficar em frente ao seu caminho  é uma sensação forte, uma sensação praticamente perfeita.


Mas ainda precisava voltar para o bote, a superfície estava cheia deles. E ter que ficar com o corpo dentro d`água sem ter como ficar de olho neles, não achava muito interessante. Talvez a injustiça que os seres humanos cometem com os tubarões, me fizessem pensar que eu poderia estar dando “sopa” se não ficasse atento em suas atitudes a todos os instantes. Mas, com a mesma tranquilidade que nos receberam, nos deixaram ir. A agressividade está apenas nas atitudes de muitos homens, de pensar e agir como irracionais, dando vida uma imaginação completamente diferente da verdadeira realidade da vida de um tubarão.                                                                                                                         Gilson Jr.



Rêmora














NUNCA dê preferência pela carne de cação, não existe diferença entre um tubarão e um cação! Ajudem a preservar estes animais indefesos. O maravilho deles, é olhar dentro de seus olhos, ver a elegância de sua forma suave de nadar, estar presente em seu habiat, ficar em frente ao seu caminho. Isto sim é maravilho. 


**Considerações Gerais por Gabriel Ganme** 
Sobre a prática de "shark feeding" 
Os prós e contras de atrair tubarões com comida para o mergulho.
 
Sobre o Shark feeding
Seus defensores entendem que é um método necessário para que 
 se possa observar diversas espécies de tubarões, muito tímidos, 
que se afastam rapidamente com a chegada de mergulhadores, 
sem um incentivo na água. Os críticos entendem que pode haver 
um tipo de condicionamento animal, no qual o tubarão passa a 
associar a presença humana com comida na água e isso pode 
provocar acidentes, mas não vejo qualquer problema quando a 
alimentação é feita sem contato direto com o homem, método 
usado por diversas operadoras, jogando um hambúrguer gigante 
de peixe congelado na água.
Deve-se levar em consideração também que este tipo de mergulho, 

quando bem feito, pode ajudar a desmitificar o animal, permitindo 
que admiremos as diversas espécies.

Lições importantes:
• Não entre no engodo, a não ser que queira fazer parte do menu. Mantenha uma distância segura.
• Cuidado com o excesso de confiança..
• Configure corretamente o seu equipamento, pois o animal pode querer averiguar qualquer coisa solta que lhe chame a atenção. Especialmente se for brilhante e com cores que chamam 
atenção.


Tubarão Galha-Preta Oceânico
Conheça as duas espécies: o C. brevipinna e o C. limbatus! 
 
Também tremendo causadores de confusão, podemos diferenciar os galhas-pretas oceânicos em duas espécies:
*O Carcharhinus brevipinna (em inglês, diferenciado pelo nome de Spinner Shark) 
*Carcharhinus limbatus (que em inglês é chamado apenas Blacktip shark).

Carcharhinus brevipinna
Também conhecido como spinner shark, podendo atingir até 2.8 metros, com suas nadadeiras mais escurecidas, porém sem um padrão definido. Sua cabeça fusiforme dá um aspecto bem hidrodinâmico.

Este bicho pode ter um padrão de alimentação interessante ao atacar cardumes de pequenos animais, subindo em alta velocidade e rodando no seu próprio eixo, dando abocanhadas laterais. Às vezes, sobe com tanta força que “salta em rotação”, o que dá seu nome de Spinner shark.
Em mergulhos com feeding se mostram extremamente irriquietos, movendo-se rápida e erraticamente. Acabam dando aos mergulhadores uma sensação de desconforto, embora acidentes quase não sejam relatados.
O Carcharhinus brevipinna dá suas caras nos shark feedings dedicados aos tubarões-tigres na África do Sul - foto: Noeli Ribeiro

Carcharhinus limbatus
Outro galha-preta oceânico é o Carcharhinus limbatus, de menor porte, com um máximo de 2 metros, mas com a ponta das galhas bem definidas em preto. Embora seja considerado oceânico, é visto com frequência nadando no topo de recifes, fuçando cardumes de peixes.Mantem-se mais afastado de mergulhadores que seu primo brevippina, sempre com uma distância segura.

O Carcharhinus limbatus, chamado apenas de Blacktip Shark. - 
foto: Daniel Botelho

Lembrem-se: tubarões tem por trás da retina uma estrutura chamada Tapetum lucidum (similar à dos gatos) que lhes ajuda a enxergar em condições mínimas de visibilidades. Luzes fortes podem irritar os tubarões, podendo partir para o ataque.

Onde Mergulhar
Spinner Shark: África do Sul, em Aliwal Shoal, Moçambique, no Pináculo (Ponta do Ouro) e outros pontos de Índico.
Galha-preta oceânico (limbatus): Cocos, Galápagos, Revilagigedos, Bahamas (Atlântico finalmente) e outros pontos.

Site de interesse.