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Cação não existe

Cação não existe
Cação é tubarão! Apenas uma nomenclatura para se vender carne de um animal em extinção

segunda-feira, 19 de março de 2012

Tubarões (part I)



Imagem cedida por Felipe Degan

A primeira coisa que eu gostaria de deixar bem claro, é que não existe qualquer diferença que faça o tubarão ser um animal distinto do cação, ou seja, cação e tubarão são exatamente a mesma coisa, apenas nomenclaturas diferentes. Uma passagem correta talvez seja que o cação, é o tubarão que nós comemos e, o tubarão, é o cação que come a gente. O que seria uma grande mentira também, porque tubarão odeia carne humana. Toda vez que alguém comer carne de cação, estará comendo tubarão, animal com hábitos alimentares estranhos, comedores de carniças, até mesmo restos humanos. Alguns tubarões têm uma enorme quantidade de mercúrio na carne, o que pode causar sérios problemas de saúde quem consome essa carne.
É impossível falar em tubarões e não falar em dois grandes nomes no assunto. O Gabriel Ganme, ministrador do curso ProTuba e no Marcelo Szpilman, autor do livro “Tubarões no Brasil”, ambos usados como base para essa postagem.
Venho postando fotos e experiências de mergulhos com tubarões, mas agora achei que é ora de passar um pouco mais do conhecimento que tenho sobre esses animais maravilhosos. A maioria das imagens desta postagem, foi cedida por amigos ou foi extraída do livro.


Imagem escaneada do livro "Tubarões no Brasil"


Conhecendo os tubarões.
Apesar, da palavra tubarão, estar erroneamente ligada a palavra medo, na boca da maioria da população, sou obrigado a assumir, que a primeira vez que cair n’água em meio aos tubarões, sentir um certo receio. Mas hoje tenho total certeza que o sentimento que deve existir é o respeito, um pelo outro. Quando estive em Galápagos em 2011, nossa embarcação ficava ancorada as margens da Ilha de Darwin, e sempre rodeada por muitos tubarões que ficavam a espera de resto de comida, que eram jogados na água. Juro que pensei em cair neste ponto para mais um mergulho na companhia dos tubarões, mas, se eles estão ali por causa da comida, é evidente que quando eu entrasse na água, iria haver uma investida dos tubarões.


Imagem cedida por Gabriel Ganme. Tubarão Branco macho









Citei essa passagem, porque além do Gabriel Ganme ser um estudioso no assunto, também é um fanático por esses animais. Em uma de suas idas a Ilha Darwin, ele achou que deveria cair na água exatamente neste ponto onde os tubarões ficam a espera de comida que vem da superfície. Então entra uma das muitas experiências que o Gabriel tem em água. Ele disse: que foi só projetar o corpo em direção à água, que surgiu tubarão de tudo quanto era lado, levou tanto “tubarãozada” que não sabia mais de onde vinham tantos animais. Passado o susto e, NENHUMA mordida, foi só aproveitar o mergulho e nada mais.
Um acontecimento que deixa claro que o respeito e limites devem ser mantidos, mas o medo não é algo necessário com os tubarões.
Imagem Gilson Jr



TUBARÃO

No mundo todo, existem aproximadamente 400 espécies de tubarões, sendo que apenas 88 delas são encontradas no Brasil.
Um animal com uma evolução tão perfeita, que é capaz de ter todos os acessórios para conseguir realizar o que precisa na busca de sua alimentação. Constantemente atrás de alimento, os tubarões desenvolveram tudo que foi necessário para ir  buscar, encontrar, capturar e finalizar suas vítimas. Sendo capaz de viver em todos os oceanos, desde a superfície até incríveis profundidades, os tubarões não seguem uma regra em suas atitudes. Infelizmente, os estudos de longas datas destes animais, não são muitos fácies, porque o seu esqueleto cartilaginoso não permanece na natureza por muito tempo, sendo necessário as vezes, buscar algumas respostas em estudos de seus dentes, por permanecerem íntegro por muito mais tempo do que qualquer outra parte do corpo. E por falar em dentes de tubarões, tem espécie de tubarão que consegue trocar de dentes até 800 vezes por semana e, chegando até 30 mil trocas por anos. Isso acontece, porque os dentes dos tubarões, não têm raízes e nem nervos, sendo perdidos facilmente na hora da alimentação, mas em compensação, são repostos quase que imediatamente por dentes que já estão logo atrás.

Imagem ilustrativa do formato e posicionamento dos dentes dos tubarões
Imagem escaneada do livro


Imagem ilustrativa dos sensores que os tubarões utilizam para detectarem alterações no ambiente 
Imagem escaneada do livro


O órgão sexual masculino dos tubarões é conhecido como Cásper, e normalmente os machos apresentam dois deste órgão, por esse motivo originou a ideia que carne de cação é afrodisíaca, só pelo fato de ter dois “pênis’. Diferentes de outros peixes, a reprodução e fecundação dos tubarões, são internamente e, durante o acasalamento, muitas fêmeas saem machucadas pelas mordidas dadas pelos machos. Já o desenvolvimento do embrião pode ser interno ou externos, em ovos depositados junto ao fundo e sempre sob a vigia da mãe. Apenas 10% das espécies, o desenvolvimento é feito através de cordão umbilical e placenta. A seleção natural já começa dentro do útero , é o caso dos Cabeças-chata, que devora os próprios irmãos antes mesmo do nascimento.
A pele dos tubarões é protegida por escamas, o que torna a superfície muito áspera no sentido cauda-cabeça, devido essa característica, o couro de tubarão era usado para lixar cascos de embarcações no passado. Já no sentido cabeça-cauda, a superfície é extremamente lisa, e estudos comprovaram que se a pele fosse lisa em ambos os sentidos, o tubarão provocaria turbulência e arrasto na hora do nado, havendo uma diminuição da velocidade e dificultando assim a busca pela presa.
Os tubarões não têm pálpebras, algumas espécies apresentam uma membrana chamada Membrana Nictitantes, que serve para proteger os olhos na hora dos ataques. Apesar da visão não ser o sentido mais apurado, o tubarão consegue ter uma visão bidimensional, sendo capaz de enxergar em duas direções ao mesmo tempo, conseguindo abranger um campo grande de visão em busca de presa ou em atenção com seu predador. Por não ter um bom campo de visão entre os dois olhos, é necessário que o tubarão gire a cabeça constantemente de um lado para o outro para poder ver o que está a sua frente.

Imagem cedida por Felipe Degan


O olfato nos tubarões é um sentido extremamente apurado, o tubarão é capaz de perceber uma gota de sangue ou um corpo em decomposição em uma parte para um milhão, o que significa que ele teria a capacidade de perceber uma gota de sague a 300 metros de distância em mar aberto.
O ouvido interno dos tubarões fica localizado logo atrás dos olhos e podem detectar um peixe ou um nadador se debatendo a 600 metros de distância e, junto com o olfato ele terá reações que poderão ser de susto, curiosidade ou estímulo ao seu apetite.
Os tubarões possuem linhas laterais com poros, que se estendem da cabeça até a cauda de ambos os lados, que são capazes de captar vibrações, correntes, alterações de temperaturas e pressão da água. Sendo capaz até de localizar obstáculos e alimentos em águas turvas. Já no focinho, os tubarões têm receptores sensitivos, conhecido como Âmpola de Lorenzini, capazes de sentir temperaturas, salinidades, pressão e a incrível capacidade de detectar campos elétricos gerados por outros animais. Visto que atividades fisiológicas, especialmente as musculares geram um campo elétrico. Mesmo em mudanças bem simples, o tubarão é capaz de sentir e localizar presas enterradas na areia como forma de defesa. Além desta função, os tubarões usam essa percepção para se localizarem nas grandes navegações em mar aberto, usando o campo eletromagnético da terra para se orientarem.













A maioria das espécies de tubarões, nessecitam nadar constantemente, ou então ficar em área de fortes correntezas, para obrigarem a água entrar em sua boca e assim passar pelas brânquias para que possa haver a troca gasosa, e então sair pela pelas fendas brânquias. Com a ausência de bexiga nadatória, que é um órgão que se enche de gás para manter a flutuabilidade dos peixes, o tubarão usa o fígado para esta função além da real função hepática, usando no controle de sua profundidade. Essa obrigatoriedade em nadar constantemente, gera um enorme consumo de energia, fazendo com que os tubarões estejam sempre atrás de comida, principalmente atrás das presas que estejam em dificuldades. Porque uma possível presa em seu estado normal, pode se tornar um perigo em potencial, podendo reagir aos ataques do tubarão e causar algum dano. Qualquer animal ferido no mar é praticamente um atestado de óbto.
Levando em consideração as três espécies mais perigosas para o homem. O Tubarão Branco, o Tubarão Tigre e o Cabeça Chata, eles não apresentam um padrão de ataque em comum, cada um destes três exemplares agem de forma exclusiva. Mas existem relatos de vítimas e observadores, que alguns tubarões apresentaram os mesmos comportamentos nos momentos que antecedem o ataque. É comum que o tubarão nade para frente e para trás ou passe por sua vítima algumas vezes antes de atacar, uma forma de poder estudar se ele estará correndo risco ou não no ataque. Também é comum que os tubarões abaixem as nadadeiras peitorais e curve o dorso para baixo nos instantes que antecedem o ataque. Alguns tubarões batem em sua vítima antes do ataque, para que possam desnorteá-la para o ataque propriamante dito. Por ser extremamente difícil perceber essas atitudes, é praticamente impossível identificar se o ataque vai ou não acontecer de fato.

Tubarão Limão na estação de limpeza, de boca aberta para que os peixes comedores de parasitas, possam realizar toda a limpeza de pele.  
Imagem cedida por Tiago Degan

 Há relatos que o ataque de tubarão foi feito em cima de uma única pessoa em meio a um grupo de banhista, não havendo nenhuma investida nas demais pessoas que estavam presente, nem mesmo as que tentavam socorrer a vítima. Em contra partida, há relatos da formação de uma verdadeira orgia no local do ataque, devido a enorme quantidade de sangue na água, os tubarões entraram em um verdadeiro frenesi alimentar, chegando haver ataque e morte de outros tubarões.
O tipo de ataque onde o tubarão dá uma única mordida e desaparece, é o mais comum dos ataques não provocados. Isso normalmente acontece por animais mais jovens que ainda não têm muita certeza do que estão fazendo. Ou em águas turvas e/ou agitadas, situações que os tubarões têm que agir rapidamente e sair do local de ataque para que não sofram revida. Quando é o caso em que o tubarão sabe o que é sua vítima, normalmente o ataque acontece de duas formas distintas, ou o tubarão investe em algumas batidas na sua vítima, para posteriormente morde, no caso de vítimas potencialmente perigosas. Ou em caso de vítimas que não apresentam qualquer perigo, o tubarão poderá partir direto para o ataque finalizando com várias mordidas.   


O Grande e temido Tubarão Branco, imagem cedida por Gabriel Ganme. Animal de beleza ímpar.

Proteção do olho com a membrana Nictitante durante o ataque.
Este é o livro que usei como base para esta postagem, além dos conhecimentos adquiridos no curso Protuba



Esta é uma página que tem no livro para que seus leitores possam se filiar ao projeto de proteção aos tubarões. Para se cadastrar ao Instituto Aqualung é só enviar um e-mail para instaqua@uol.com.br  informando o nome completo, endereço completo, e-mail, dizer que leu a matéria em meu blog e um breve comentário sobre o assunto. Com isso receberá através dos correios um informativo e um adesivo exclusivo do projeto.  





Imagem Gilson Jr
Imagem cedida por Felipe Degan

Para quem quiser aprender um pouco mais sobre os tubarões, aconselho adquirir o
livro "Tubarões no Brasil"  
Ajude na campanha contra o crime de matança de tubarão, assinando o BAIXA-ASSINADO para tentarmos um apoio do poder público. Clique aqui para ASSINAR
Leia mais em:
Tubarões ( part II )
Tubarões ( part III )

sexta-feira, 9 de março de 2012

Tubarões ( part II )

Estar na água, a alguns metros abaixo da superfície e, se deparar com um grande tubarão, é uma sensação espetacular para uns, mas, no geral seria um momento de desespero para muitas pessoas. Uma espécie de tubarão pode ser muito diferente de outra espécie, tanto na forma física como nas suas atitudes, principalmente o nível de agressividade daquela espécie. E por isso, resolvi postar esta matéria para ajudar a completar a postagem Tubarões (part I).  Conhecimento adquiro no curso ProTuba do Gabriel Ganme e com o livro “Tubarões no Brasil” do autor Marcelo Szpilman. E obviamente com o passar do tempo que tenho envolvido com esse assunto. Espero que gostem. Para começar, a espécie que mais admiro. Quem quiser se aprofundar mais no assunto, aconselho comprar o livro "TUBARÕES NO BRASIL", base para essas informações e muito mais!


Tubarão Martelo


Imagem scaneada do livro Tubarões no Brasil


Imagem scaneada do livro Tubarões no Brasil
*Tubarão Martelo, uma espécie que tem uma característica fundamental, o formato de martelo da cabeça, é responsável pela origem de seu nome. Esse tubarão que pode chegar até 5 metros e pesar até 400 quilos, mas, a média é de 2,5 metros de comprimentos e 150 quilos. É uma espécie extremamente inofensiva aos homens, mas em compensação é um caçador espetacular, a parte inferior de sua cabeça é dotada de muitos sensores que conseguem localizar suas presas, mesmo que estejam enterradas na areia. Através desses sensores, conhecidos como Ampola de Lorenzini o tubarão consegue identificar as vibrações emitidas por suas vítimas. E para torná-lo ainda mais preciso, o Tubarão-martelo consegue girar a cabeça em um ângulo maior que 90 graus, permitindo fazer uma completa varredura do fundo em busca de presas cobertas por areias. Uma outra particularidade da espécie dos tubarões-martelo é a formação de cardume, o que não é muito comum entre as demais espécies de tubarões, mas após muitas tentativas, a opinião mais condizente é que essa formação se dá na época do acasalamento, onde as fêmeas assumem o interior do grupo, e quanto maior for o seu destaque, maior será a procura pelos machos.    
E em particular era um animal que eu adoraria poder avistar em algum mergulho, e na viagem ao mar vermelho em 2010, tive o prazer de ver apenas um aos 37 metros de profundidade, que rapidamente se perdeu no azul. Mas em compensação, os mergulhos nas ilhas Galápagos, foram cercados por tubarões martelo por todos os lados e a todo instante.


Tubarão Martelo foto Gilson Jr
Tubarão Martelo foto Tiago Degan


Tubarão Galha Branca Oceânico

Tubarão Galha Branca Oceânico foto Marcelo Simões

Imagem scaneada do livro Tubarões no Brasil

* Tubarão Galha Branca Oceânico é completamente diferente do Tubarão Galha Branca de recife. Apesar dos dois terem uma mancha branca em cima da nadadeira dorsal, o Oceânico pode chegar a 4 metros e pesar até 168 quilos e possui membrana Nictitante. Sendo os tubarões de galha branca de recifes bem menores e, este vive em cardume juntos as pedras e, o Oceânico é um tubarão solitário e vive vagando pelos mares. Sempre na companhia de peixe-piloto, rêmoras ou até mesmo pequenos dourados. O Tubarão Galha Branca Oceânico era uns dos primeiros animais a chegarem ao local de naufrágio, atraídos pelos desesperos dos sobreviventes. Ainda na segunda guerra mundial, o navio Nova Escócia foi afundado na costa da África do Sul e, apenas 192 homens sobreviveram dos 1000 que estavam abordo, e segundo relatos ficou claramente evidente que a maioria dos mortos foram vítimas do frenesi alimentar destes oportunistas. Mas infelizmente hoje estes animais já correm o risco de extinção por causa do enorme tamanho de suas nadadeiras, o comercio ilegal está dizimando o pouco que ainda resta. Por serem animais oceânicos, dificilmente haverá ataque a banhista ou surfista, mas eventualmente ao encontrar um deste em alto mar, deve-se tomar muito cuidado, porque se ele já estiver alguns dias sem comer poderá ocorrer uma investida mais séria. 
























Tubarão-baleia






Tubarão Baleia Foto Gilson Jr.

Imagem scaneada do livro Tubarões no Brasil
*Tubarão-baleia é o maior peixe de todos os oceanos, e vale lembrar que as baleias não entram nesta estatística porque baleia não é peixe, e sim mamífero. O maior dos exemplares pode chegar até aos 20 metros de comprimentos e pesar até 20 mil quilos e podem viver até os 60 anos. Apesar deste tamanho todo, os tubarões baleias se alimentam quase exclusivamente de plâncton. Quando estão se alimentando de zooplâncton ou fitoplâncton o “baleia” nada junto da superfície com a cabeça parcialmente para fora da água, abrindo e fechando a boca na coleta de seu alimento.
Devido o seu fígado ser de pequeno porte, este tubarão é obrigado engolir ar para manter sua flutuabilidade e se manter estável em determinada profundidade. Completamente inofensivos aos mergulhadores, o único cuidado que se deve tomar é para não sofrer trauma com a calda do tubarão-baleia. A sua coloração escura se perde aos destaques das pintas brancas entre as listas claras ou amareladas por todo o corpo. Com olhos muito pequenos e sem membrana nictitantes os tubarões baleia se fazem insignificantes com a presença de mergulhadores. Normalmente são nômades e vivem vagando pelos oceanos a procura de alimentos, devido o seu enorme tamanho foi praticamente impossível a sua permanência em cativeiro.



Tubarão Baleia foto Gilson Jr

O Tubarão Tigre

Imagem scaneada do livro Tubarões no Brasil

*O Tubarão Tigre, que também é conhecido como Tintureira foi o responsável pela minha viagem até a África do Sul, mas infelizmente não apareceu ao nosso encontro. Um animal que pode chegar aos 7 metros e pesar 900 quilos, mas devido a diminuição de oferta de alimentos, a média é de 4,3 metros e 630 quilos. Mas a grande beleza destes animais são as faixas escuras que cobrem praticamente todo o corpo, podendo estar mais evidentes ou não dependendo da maturidade sexual do peixe. Os Tigres podem ser considerados os lixeiros dos oceanos por preferirem carne em estado de decomposição, o que torna o mergulho com estes animais um pouco mais seguro. Em busca constante por comida, os Tintureiras não são muitos seletivos na hora da alimentação e, já foram encontrados deste cachorro inteiro em seu estômago até garrafa de cerveja, roupas, ossos humanos e até mesmo placa de carro. Normalmente são solitários, mas quando há oferta de comida poderá haver uma formação de grupo até que os alimentos se cessem. A sua atitude junto aos mergulhadores pode ser desde apenas uma simples curiosidade ou até mesmo atos agressivos, por isso que ao encontrar um destes em algum mergulho deve haver extremo cuidado. Devido a lei de proteção as tartarugas verdes no Havaí, o número de Tubarão-tigre aumentou consideravelmente nesta região e, consequentemente o número de ataque aos surfistas por serem confundidos com as tartarugas se visto de baixo para cima. É um tubarão de perfeita elegância. 

As duas fotos do Tabarão Tigre abaixo, mostra nitidademente as linhas preta na vertical do corpo do animal, que são responsáveis por seu nome. E uns "pontinhos" entre os olhos, que são os sensores fundamentais para esses peixes.

Tubarão Tigre foto Felipe Degan



Tubarão Tigre foto Felipe Degan


Tubarão Cabeça-Chata

Imagem scaneada do livro Tubarões no Brasil


* Tubarão Cabeça-Chata pode chegar aos 3,5 metros de comprimentos e pesar até 347 quilos. Esta é a única espécie de tubarão que consegue viver em água doce podendo passar longos períodos ou até mesmo a vida toda em rio de águas salobras, já foi encontrado um Cabeça-Chata no Rio Amazonas a cerda de 4.000 km de distância do mar. Especialistas consideram o Cabeça-Chata o tubarão mais combativo e nervoso de todos os tubarões, o que pode ser causado pelo altíssimo nível de testosterona que este animal apresenta, acredita-se que este é o animal com o maior nível deste hormônio do planeta. O nome Cabeça-Chata vem da anatomia  mais achatada da cabeça em comparação aos demais tubarões. Podendo viver até os 32 anos de idade. E o período de gestação pode durar de 10 a 11 meses. Alguns especialista consideram este o tubarão mais perigoso de todos, por ser um cação que vive em águas costeiras, ter a capacidade de viver em rios e quando jovens serem extremamente agressivos e, além disto são considerados territorialistas, muitos de seus ataques estão relacionados como aviso aos intrusos, mas devido o tamanho do trauma, muitos destes ataques acabam em morte.
Aqui no Brasil, esta espécie é responsável pelos ataques no Nordeste Brasileiro. Uma justificativa muito óbvia e mais uma vez tirando a culpa dos tubarões, o que acontece no nordeste é o seguinte:
1º a diminuição drástica da quantidade de alimento natural para os tubarões, com a indústria pesqueira os peixes no litoral do atlântico ficou praticamente dizimado,
2º há indícios que as fêmeas do Cabeça-Chata preferem dar a luz em águas de estuários e lagoas, e devido a construção de obras e aterramentos nos acessos, as grávidas entram em altíssimo estado de estresse por não conseguirem alcançar  o berçário, com isso uma fêmea depois de 11 meses de gestação, saúde debilitada pelo estado da gravidez, em um ambiente de pouquíssima oferta de alimentos, encontram em meio as ondas uma espécie de “tartaruga humana” bem grande. E a forma que o tubarão tem para identificar se é ou não uma presa é dando a primeira mordida, o que poderá ser ou não fatal. O desiquilíbrio natural traz consequência a todos que provocaram ou não essas desordem natural.


Tubarão Cabeça Chata foto Felipe Degan

Tubarão Cabeça Chata foto Felipe Degan
Leia mais em:

sexta-feira, 2 de março de 2012

Tubarões ( part III )

Dando continuidade a postagem Tubarões (part II), posto Tubarões (part III) complementando especificações de mais algumas espécies que julgo interessantes.

Tubarão Branco


Imagem cedida por Gabriel Ganme

*O Tubarão Branco é sem sombra de dúvida o mais importantes de todos os tubarões, pelo menos é o mais temido por todos, inclusive pelos próprios mergulhadores. Fugindo da lógica dos outros tubarões que seguem um padrão de ataque indo em direção a sua presa, o grande Tubarão-branco prefere atacar na surpresa, surgindo praticamente de um lugar inimaginário. E isto está diretamente ligado a sua anatomia, um animal com o corpo em forma de torpedo, sendo capaz de projetar suas arcadas para frente facilitando a mordida. Além de ser um animal dotado de uma musculatura muito especializada, o Tubarão-branco tem a capacidade de se camuflar, tornando-se invisível. Quando é avistado por cima, o cinza de seu dorso se confunde com o fundo, e se for visto por baixo, o branco do seu corpo se perde com o branco do contraste do sol na superfície. Além de todas as características de um excelente predador, o Branco tem uma preferência pelo ataque de baixo para cima, surpreendendo suas vítimas, não permitindo nem os mergulhadores mais experientes determinarem o instante que ocorrerá o ataque. Este animal que pode chegar aos 7,2 metros de comprimento e pesar mais de 3 toneladas, possuidor de dentes com 7,5 cm. Há relatos de um exemplar que foi capturado que media 11 metros e tinha aproximadamente 36 anos de idade. O litoral australiano parece ser um lugar de preferência, apesar de rastreadores instalados em alguns animais comprovarem que eles navegam por todos os oceanos, e na costa brasileira o sudeste e o sul serem mais possíveis de encontrar um Branco. Um animal de hábitos solitários, mas quando o assunto é oferta de comida, poderá existir um agrupamento de mais de 10 indivíduos, mas sempre haverá a hierarquia dos maiores sobre os menores. Além do homem, os únicos predadores reais para um Tubarão-branco, seriam a baleia orca ou um outro Tubarão-branco ainda maior
Imagem scaneada do livro "Tubarões no Brasil"


Imagem cedida por Gabriel Ganme


Tubarão Azul

Imagem scaneada do livro "Tubarões no Brasil"


* Tubarão Azul apesar de sua beleza, essa espécie não deveria estar aqui nesta seleção, por que não tive nenhum contato mais próximo com ele, mas é exatamente por este fato que ele entrou na postagem agora. Principalmente após o acontecimento junto ao Hipermercado Extra, que está mais detalhado na postagem Tubarões (part IV considerações finais). Infelizmente em pleno ano 2012 o homem colocou este animal ecologicamente extinto. Ou seja, existem apenas alguns exemplares dele na natureza, mas a quantidade é tão pequena, que é praticamente impossível que consigam repor uma população com quantidade suficiente para sair da extinção. E isto aconteceu por causa de sua pesca excessiva para sustentar o mercado de sopa de barbatana de tubarão e pelo desequilíbrio caudado pela indústrias pesqueiras. Ele recebe esse nome por causa da sua cor azul escuro no dorso. Podendo chegar aos 4 metros de comprimento e pesar até 240 quilos e com uma idade máxima de 20 anos. Um tubarão que pode ser considerado nômade por não ter moradia em lugar certo têm seus hábitos oceânicos. Sua reprodução começa quando a fêmea chega aos 5 anos de idades. A gestação tem um período de 12 meses e normalmente nascem de 25 a 50 filhotes em mar aberto onde não há muita proteção. Normalmente encontrados na superfície e às vezes com a nadadeira dorsal para fora da água, em seu estado normal nadam lentamente. Pelo fato de acompanharem navios em busca de dejetos que lhe são oferecidos, junto com o Galha Branca Oceânico, o Tubarão-azul são os grandes responsáveis pelos ataques aos sobreviventes de naufrágios e acidentes aéreos. Eles apresentam as fendas branquiais com características que conseguem prender pequenos presas, isso foi mais uma adaptação da evolução, pelo fato deles viverem em mar aberto onde se deve aproveitar qualquer presa. Quando se encontram em grandes grupos podem ser perigosos, mas quando estão sozinhos não oferecem perigo.


Imagem scaneada do livro "Tubarões no Brasil"


Tubarão de Galápagos

Imagem Gilson Jr Fotografia de Verdade

*Tubarão de Galápagos, um animal que pode chegar aos 3,7 metros de comprimentos e pesar até 86 quilos, e que alcança a maturidade sexual após os 10 anos de idade. Apesar do nome ser Tubarão de Galápagos, esses peixes não são exclusivos das Ilhas do Arquipélago de Galápagos, em águas brasileiras também podem ser encontrados em Fernando de Noronha e no arquipélago de São Pedro e São Paulo e também na Ilha Trindad. Talvez seja a preferência por locais de muita correnteza que faz com que existam muitos deles em torno das Ilhas Darwin e Wolf em Galápagos. E nos seus hábitos alimentares em volta destas ilhas estão incluídos os leões –marinhos e as iguanas. Em novembro de 2011, durante um dos meus mergulhos na ilha de Wolf, tive o prazer de presenciar essa caçada do Galapenho na tentativa de abater um leão-marinho que aventurou-se nas águas conosco. Instantes importantes para o currículo do fotógrafo subaquático, mas um ambiente realmente muito tenso, felizmente o leão-marinho conseguiu despistar os tubarões e se manter vivo por mais um dia. Por viverem preferencialmente em ilhas oceânicas, sua pesca é muito limitada. 


Imagem scaneada do livro "Tubarões no Brasil"


Tubarão Mangona

Imagem cedida por Marcelo Simões

*Tubarão Mangona, Em 2011 quando estive na África do Sul em busca de imagens dos grandes Tubarões Tigre e os Tubarões Baleia, também, haveria a possibilidade de encontrarmos os tubarões Mangonas. Os recifes da região de Sodwana Bay é praticamente um berçário para as fêmeas darem a luz aos seus filhotes, mas, infelizmente a natureza está mudando, a destruição é uma realidade presente em todos os canto. Não encontramos nenhum deles. Uma característica evidente nesta espécie é a boca longa e angulada, passando posteriormente aos olhos, com dentes longos, pontudos e curvos para frente. Podendo chegar aos 3,2 metros de comprimentos e pesar mais de 150 quilos O Mangona é um tubarão de aparência exótica. E seus filhotes já nascem com aproximadamente 1 metro. Um animal que tem hábitos de canibalismo ainda dentro dos ovidutos (uma forma de útero), proporcionando após 9 meses, o nascimento de apenas 2 filhotes bem desenvolvidos e muito ativos. Como citado no início, é uma espécie em alto risco de extinção por causa de sua baixíssima taxa de reprodução. De hábitos solitários em meia água ou ao fundo, o Mangona nada de forma bem lenta. Extremamente calmo, esta espécie permite uma aproximação muito grande dos mergulhadores, apesar de sua aparência aterrorizante e seus dentes que lembram um animal pré-histórico, o Mangona é uma vítima em potencial dos pescadores subaquático. E um belo presente aos fotógrafos aquáticos, faltando apenas o encontro acontecer de fato.   

Imagem scaneada do livro "Tubarões no Brasil"

Imagem cedida por Marcelo Simões

Imagem cedida por Marcelo Simões
Apesar das enormes diferenças que podem haver entre cada espécie, tubarão é, e sempre será o “tubarão”, reis dos mares, o animal que está no topo da cadeia alimentar de seu habitat. Na prática, nunca um tubarão será um cação de verdade, a não ser que seja no prato de alguém que não queira enxergar a realidade.    
Leia mais em:
Tubarões ( part I )
Tubarões ( part II )