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Cação não existe

Cação não existe
Cação é tubarão! Apenas uma nomenclatura para se vender carne de um animal em extinção

sábado, 26 de janeiro de 2013

Parque Temaikèn



Depois de passar o dia inteiro no zoo de Lujan, não sei se haveria um outro zoo que me despertasse tanto o interesse. Como já havia pesquisado um pouco sobre o lugar e a programação do próximo dia seria o parque Temaikèn na cidade de Escobar a uns 40 km de Lujan, resolvi pegar a estrada bem cedo para poder aproveitar o dia no zoo. Um grande parque destinado exclusivamente ao turismo, um lugar bem legal para passar o dia e obviamente algumas fotos


Uma organização digna de um lugar turístico, completamente diferente do Zoo do Rio de Janeiro, que estava uma vergonha quando fui pela última vez. Além de muitos animais exóticos, alguns ainda não havia tido a oportunidade de ver, o zoo também tem um aquário de água salgada até com tubarões, inclusive um enorme macho da espécie mangona.


Suricatos, antílopes, hipopótamos que interagem com o público, muitas aves em um grande ambiente aberto ao público. O Parque Temaikèn é um lugar que vale a pena a visita, desde que esteja de passagem por aquela região argentina.


O ponto de partida dos brasileiros é certamente Buenos Aires, condução pública ou alugando um carro, que me parece o mais viável e confortável. 


Para maiores informações acesse o site abaixo










































sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Publicação na Deco Stop Mar Vermelho

(Matéria de minha autoria em texto e fotos publicada na Revista Deco Stop)

Mar Vermelho
Sete dias embarcado e quatro dias em terras egípcias.
Expedição tubarão no Mar Vermelho
Sete dias embarcado, quatro dias em terras egípcias e praticamente seis dias de viagem.
Um breve resumo de como seria uma única viagem até o Mar Vermelho na busca de um grande encontro. O termo Vermelho, para um mar de águas cristalinas, não parecia fazer alusão ao local. Uma das poucas explicações que consegui receber sobre a origem do nome “Mar Vermelho”  e, também foi a que mais tinha sentido na prática, é que, ao sobrevoar as regiões de arrecifes, a coloração da superfície era exatamente vermelha. E para ajudar na criação destas cenas, o Mar Vermelho não tem nenhum rio desembocando nele, tornando suas águas ainda mais transparentes. Mas isso não parece ser tão perfeito apenas na imaginação. Um lugar que transforma o azul infinito de seus abismos em combinações de cores quase tão perfeitas quanto a harmonia de vidas nos milhares de corais. A diferença do árido de um ar carregado de uma cor amarronzada, em superfícies avermelhadas, quando se sai do voo sobre terra para uma área com arrecifes como a região de Saint John Reef (Recife de São João) onde aconteceram os meus mergulhos. Aí sim, pude ver de perto que realmente fazia total sentido a explicação dada sobre a origem do nome, Mar Vermelho.
Mas, para chegar até essa região não é tão simples, horas e mais horas são encaradas até o momento de embarque no live abord, que infelizmente ou felizmente, ainda irá navegar interruptamente por pelo menos mais umas 12 horas até os mergulhos começarem verdadeiramente. Um ponto aonde a beleza irá se tornar algo cada vez mais espetacular. Lugares esses, que a visão se perde no céu tocando ao mar em todos os 360° graus em torno da embarcação.
A imagem sobre a superfície será sempre a mesma, água, mar, água do mar vermelho, e no céu um azul tão intenso quanto o azul profundo que estava abaixo de nossos pés. Mas, bem próximo a superfície, os corais submersos são predominantemente vermelhos, mas isso só acontece de cima para baixo, porque abaixo da linha superficial, o que acontece é uma combinação de cores vivas, tanto no sentido de suas intensidades como no sentido real da palavra. Animais que se confundem em tantas cores, corais com cores e formas exuberantes, somado a isso, um azul transparente ao horizonte, um azul escurecido ao fundo e para finalizar um azul explodindo ao branco, vindo do sol.
O lugar é realmente fantástico e carrega consigo todo o charme de uma viagem dos sonhos que começa com o voo no aeroporto internacional de São Paulo com destino a capital italiana e, após treze horas a bordo de uma aeronave durante toda noite, é hora do pouso em Roma, apenas para conexão com destino a cidade do Cairo. O tempo da conexão foi suficiente para um belo café italiano, esticar um pouco as pernas e, novamente embarcar com destino ao Egito. Apesar do cansaço de longas horas de voo, o trecho São Paulo - Roma é completamente normal sem qualquer característica mais importante.


Já no segundo voo, por ser durante o dia, tivemos a oportunidade de observar todo o charme de quem está cruzando o Mediterrâneo em praticamente as quatro horas de voo até o momento em que entramos em território africano. Um ar com aparência turvo, e um solo predominantemente marrom, só perderam a importância nas proximidades do aeroporto do Cairo, por causa da quantidade de aeronaves destruídas que tinham. Pouso completamente tranquilo, mas o choque de cultura é algo que realmente impressiona, principalmente aos que estão pela primeira vez naquele lugar. A burca, querendo ou não, ainda é algo que gera alguns sentimentos estranhos, desejo, admiração ou simplesmente curiosidade.
Ainda bem que pelo menos dentro dos hotéis é permitido tomar uma cervejinha para relaxar depois de tantas horas de viagem. Mas o tempo é curto, e é imperdível uma visita ao mercado popular na capital. Um rápido banho, roupa fresca e confortável, e um táxi não muito confortável até a feira. Um amontoado de lojinhas com quase tudo que se possa imaginar, vendedores desesperados, e preços que normalmente caiam pela metade. Lembrancinhas, souvenir, ouro, alimentos, muita raridade e principalmente um desfile da cultura local. Mas é hora de retornar ao hotel, porque a manhã do dia seguinte é hora do próximo voo com destino Hurghada.

Assim que o dia amanhece, e pouco mais de duas horas de voo, pousamos na cidade que sofria com uma temperatura de aproximadamente uns 50C. Rapidamente embarcamos no ônibus que irá nos levar até o cais, onde iremos dar início a vida abordo de um confortável iate. Após umas duas horas de viagem no ônibus, é hora de uma parada para um almoço as margens do tão sonhado mar vermelho, que por enquanto ainda é completamente tímido. Mais umas seis horas cortando deserto adentro, cruzando cidadezinhas, alguns imprevistos e sempre sob o calor extremo, quando fora dos lugares climatizados, finalmente chegamos ao cais, o que na prática não era propriamente um lugar com aparência de cais. Um canto de terra batida, uma escuridão, iluminada apenas pelas luzes dos poucos barcos ancorados e, ao fundo alguma iluminação de mais uma cidadezinha perdida ao deserto. É hora de uma pequena pausa e refletir sobre o que se pode sentir neste momento.
O embarque no grande “live abord” é feito com apoio das pangas, botes infláveis que irão fazer parte dos nossos dias durante todos os mergulhos que estão prestes começar acontecer. É a primeira noite abordo, infelizmente ainda será ancorado as margens desse deserto. Um briefing de como será a semana abordo, um saboroso jantar e finalmente o descanso. A ansiedade, expectativa e curiosidade com toda certeza irão fazer parte dos sonhos desta próxima noite.
O dia amanhecerá já estando embarcado, e a vontade é que já estivéssemos em algum lugar daquele mar, mas infelizmente o dia amanhece e ainda estamos ancorados as margens daquele deserto implacável. E agora sim, com a claridade do dia, a cidadezinha de Marsa Alam que quase não aparecia no meio da noite, mostra sua arquitetura típica. Aos poucos as demais embarcações que estão ao nosso lado vão saindo, até chegar o momento que a fiscalização nos dar o “ok” e nos libera. Neste momento não tem como não sentir um certo calafrio ou algum sentimento que não é fácil de ser explicado. Finalmente os motores estão roncando em força total, o barulho das águas no casco e aquele suave balançar constante é realmente inexplicável.
Foram horas de voo, já é um outro continente, uma cultura que foge de todos os nossos padrões. Imagens desérticas sempre sob um sol muito quente e agora o litoral já está sumindo no horizonte e finalmente em poucas horas estarei caindo n’água pela primeira vez em um lugar que para mim seria uma novidade a cada momento. E a semana passará dentro deste padrão. Sempre longe do litoral, uma parada próximo a uma formação de coral, um ou dois mergulhos e novamente a navegação continuará firme rumo ao próximo ponto, sempre em direção ao sul do Egito, até as margens da fronteira com o Sudão, que será o momento que iremos retornar para o ponto de partida, onde será o fim da semana e o início do retorno ao Brasil.
É um pouco óbvio que os amantes do mergulho tenham um pouco de admiração pelo Mar Vermelho, busque um pouco de informação sobre o lugar ou até mesmo viaje virtualmente por site que tragam imagens, vídeos daquele paraíso. Mas na prática, o que acontece, pelo menos foi assim comigo, o lugar precisa mesmo é ser visto e sentido de perto.
O “check dive” vai acontecer a poucos minutos e teoricamente seria em um lugar de pouca importância, um lugar raso e sem a presença de tubarões. Tecnicamente foi isso mesmo, mas na prática, não há a menor possibilidade que o mergulho fosse realmente simples. A transparência da água chega próximo ao que seria perfeito, temperatura mais agradável impossível e quantidade de vida, cores e encantos estavam muito além do que já havia visto em meus mergulhos pelo litoral brasileiro. Ainda pensar que esse seria um lugar para o primeiro mergulho, apenas um ponto para checar se está tudo “ok”.
E novamente os motores voltaram a empurrar nossa embarcação, e desta vez os mergulhos começariam a ser no grande estilo do “Red Sea,” impossível acreditar que haveriam lugares naquelas águas ainda melhores que o primeiro ponto. E a navegação seguiu firme, forte e constante mar adentro, neste momento meus sentidos já haviam se perdidos a tempos, longe de qualquer margem, cruzamos a noite toda sobre aquele mar de cores inconfundíveis. Um grande “live abord” de três andares, escolhi minha cabine no piso inferior para poder ficar mais perto do barulho das águas, para quem está nesta vida embarcado, é muito legal passar a noite ao som do mar, sendo cortado pela embarcação.
Muito além de todos os outros motivos que me levaram até aquela região, o grande incentivo era mesmo encontrar cara a cara com o grande tubarão Galha Branca Oceânico. Um animal que pode chegar aos 4 metros de comprimento e pesar mais de 160 quilos, dotado de membrana Nictitante, uma espécie de pálpebra que protege os olhos na hora que o tubarão parte para o ataque. De hábitos solitários, essa espécie de tubarão normalmente vive próximo a superfície, vagando pelos oceanos na companhia de peixes piloto, rêmoras e até mesmo pequenos dourados. Uma curiosa característica desse tubarão é que nos acidentes aéreos e nos naufrágios, onde as vítimas entram em desespero e ficam se debatendo com o corpo dentro da água e a cabeça para fora, os Galhas Branca eram os primeiros tubarões a chegarem e, consequentemente, atacavam os sobreviventes.
Apesar de estar indo para o Mar Vermelho em busca deste animal, a presença dele faz qualquer mergulhador pensar um pouco no caso. Mas o grande detalhe é exatamente a diferença entre os sobreviventes e os mergulhadores, a maior probabilidade de uma real investida do tubarão, só acontece no caso se suas possíveis vítimas estarem parcialmente na superfície. Estando submerso, equipado e obviamente mantendo o limite e o respeito um pelo outro, a probabilidade de ocorrer um ataque é praticamente impossível.
E o segundo mergulho desta viagem já seria em um ponto de grandes possibilidades de encontro com esses tubarões. E assim que o dia amanhece, somos despertados ainda bem cedo. A embarcação ancorada em um certo lugar que não tenho a mínima noção de onde seria. Nesse momento começariam verdadeiramente os mergulhos. Briefing como de costume. A saída será a bordo das pangas de apoio, o grupo já equipado e ao “três”, todos cairiam imediatamente n’água com colete purgado e desceria até ao fundo. Caso houvesse algum tubarão por perto, nenhum mergulhador correria o risco de ser atacado se seguisse as regras. E a partir desse momento era só felicidade. E a minha dúvida se poderia existir um lugar ainda melhor do que o primeiro ponto foi sanado imediatamente. Talvez seja um dos poucos paraísos ainda existente para muitos mergulhadores. Visibilidade até aos olhos não alcançarem mais, vida por todos os lados, arrecifes em completa harmonia, paredões que despencavam muito além de nossos limites e no azul os grandes moradores apareciam timidamente. Grandes atuns, xaréus, alguns tubarões e nós mergulhadores, obedecendo as leis do mergulho, principalmente quando o fundo estava abaixo dos trinta metros.
Ao todo somaríamos vinte e dois mergulhos durante a semana a bordo, e para que os mergulhos se tornassem ainda melhores, o uso do Nitrox é uma exigência não obrigatória, mas, de total necessidade. Antes mesmo do café da manhã faríamos o primeiro mergulho, um descanso, o próximo acontecia antes do almoço. Aí não tem jeito, um cochilo, mais um mergulho a tarde e para fechar o dia com chave de ouro, mais um mergulho ao anoitecer. Que normalmente acontecia com pouca vida, mas o espetáculo estava mesmo nos ataques que o Lion Fish faziam sobre os peixes menores, usando as luzes dos mergulhadores como arma para isso.
 E por falar em ataque, em um dos mergulhos ainda durante o dia, vejo um grande Trigger Fish descansando em uma toca, não sabendo de sua fama , me aproximei ao máximo para realizar algumas fotos em close, depois de vários cliques, ele resolveu sair calmamente e desaparecer em meio aos corais. Como aquela cena havia me deixado empolgado, assim que retornei para embarcação fui buscar informações no Guia Local de Peixes. Trigger Fish, um dos peixes mais perigosos do Mar Vermelho, adora morder e arrancar dedo de mergulhadores que se aproximam além do limite. Ainda bem que o meu estava bem descansado, havia acabado de receber uma limpeza dos peixinhos e realmente devia estar bem tranquilo, porque simplesmente, ele permitiu que fizesse as minhas fotos e saiu da toca passando praticamente entre meus braços e em momento algum demostrou interesse em me atacar. Mas é bom ficar atento para uma próxima oportunidade, ficar sem o dedo em alto mar, a muitas horas de qualquer civilização não deve ser muito agradável.
E desta forma foram acontecendo os mergulhos, ora em fundos, tomado por corais, peixes, invertebrados, moluscos, harmonia em tudo que se via, anêmonas protegendo os belíssimos peixes palhaço. Ora acontecia as margens de algum paredão que normalmente o fim estava apenas em nossa imaginação, mesmo estando rodeados de grandes peixes, a nossa maior expectativa ainda não havia aparecido.
Paredão lado direito, vida ornamental. Imensidão azul lado esquerdo, cercado por peixes imponentes, grandiosos e majestosos, como se fossem verdadeiros guardiões daquele paraíso. Eufórico com nossos sentimentos, o computador de mergulho em nosso pulso era o responsável pelo bem estar submerso, fazendo valer as leis para quem se aventura respirar como se ainda estivéssemos novamente no ventre de nossa mãe. Já se haviam passados alguns mergulhos, e o Galha Branca ainda não havia nos brindado com sua presença majestosa.
Um dos pontos conhecido como Sha'ab Aid é um show a parte, de todos os lugares que já mergulhei até o dia de hoje, levando em consideração um mergulho em recifes para fotografar peixes pequenos, eu acredito que tenha sido um dos melhores ou até mesmo o melhor de todos. A profundidade em torno de vinte metros e uma formação de recifes em forma de colunas em uma ampla área, criando uns corredores que pareciam bailar junto as águas.
Não sei ao certo se foi pela perfeição do dia com relação a água ou se o horário era o melhor possível, só sei dizer que a quantidade de vida era enorme. Muitos peixes palhaço, anêmonas, dominó, peixe anjo, peixe crocodilo, uma infinidade no espetáculo da natureza. A região de Saint John Reef (Recife de São João) no Mar Vermelho de um modo geral é muito boa mas, em especial este ponto é inesquecível. Praticamente em quase todos os pontos desta região existe a formação de quenios, muitas passagens e alguns salões com entrada de luz pela superfície, dando aparência de catedrais, apesar de todas as belezas físicas desses lugares que cruzavam internamente os recifes, a quantidade de vida era muito maior pelo lado de fora.
Embora os mergulhos começarem nas maiores profundidades e sempre haver uma certa quantidade de vida, principalmente os peixes maiores, mas as grandes cenas da natureza estavam mesmo no momentos finais, nos corais mais próximos a superfície. Quando já havíamos começado a fazer a rota de mergulho de volta, após cinco dias sem avistar qualquer terra firme que fosse, pudemos apreciar uma bela paisagem, em meio a superfície azul que espelhava a luz intensa do sol, uma imagem da pequena ilha habitada apenas por um farol e algumas aves marinhas que por alguns instantes resolveram fazer companhia a nossa embarcação. Apenas uns minutos de distração, porque os nossos sentimentos estavam tão acelerados quanto os motores que empurravam nossa embarcação. Em breve estaríamos chegando a Baia dos Golfinhos, uma espécie de enseada onde provavelmente iríamos encontrar muitos desses mamíferos.
Já havia acabado de almoçar e como de costume era hora de um descanso, meio que ansioso. O dia era perfeito e mal chegamos a tal Baia, os golfinhos começaram a aparecer, não tem como não se empolgar, um animal lindo e uma companhia fantástica para os mergulhadores. O grande iate ancorado, apenas nadadeira, máscara, snorkel e obviamente o equipamento fotográfico. Saímos de panga em busca do bando, e logo que encontramos caímos na água e o momento era para ser aproveitado da melhor forma possível. Como percebi que o nosso grupo havia ficado mais aglomerado e consequentemente acabava assustando um pouco os golfinhos, revolvi fazer meu trabalho sozinho, a oportunidade era única e perfeita.
Distanciei-me do grupo, e como sempre usando minhas longas nadadeiras que teoricamente são usadas para caça submarina, pude ter maior rendimento na busca pelo melhor ângulo. De longe vejo o bando vindo em minha direção, submergi em apneia até o fundo e esperei que se aproximassem, no momento exato, acredito que a foto perfeita, dois golfinhos se tocando ao encontro, como se fosse um golfinho em frente ao espelho. Os mergulhos acontecem de forma rotineira, mas os momentos devem ser criados dentro das possibilidades, o meio subaquático dificilmente irá lhe proporcionar uma segunda chance como na primeira.
A semana embarcado vai se acabando, e os mergulhos vão chegando ao fim e tudo ocorreu dentro dos padrões que se havia imaginado nas referências técnicas, mas dentro das expectativas, a nossa semana passou com momentos muito superiores do que havíamos pensado. Inúmeras suítes completavam o conforto de nossas noites. Uma Sala de Estar, comida tipicamente italiana e um deck superior fazia o tempo de superfície passar ainda mais rápido do que já imaginávamos. E o primeiro ponto que caímos na água ainda no “check dive”, agora será o nosso último mergulho, e como sempre o lugar ainda conseguiu superar muitos outros mergulhos, enormes cardumes de pequenos peixes enfeitavam ainda mais o lugar e infelizmente é hora de guardar o equipamento, correr contra o tempo e secar o neoprene.
O desembarque acontecerá no mesmo suposto cais e nosso destino de agora será a cidade de Luxor para visitar o Templo dos Reis, o Túmulo de Tutancâmon e novamente encarar a temperatura ao extremo. Por mais perfeita que tenha sido a semana visitando diversos pontos daquela região que é um ponto de encontro com o grande tubarão, infelizmente ele não apareceu, a frustação ficou insignificante porque o Mar Vermelho está muito além de qualquer expectativa.
Os dias finais da viagem serão visitando Luxor e mais alguns pontos turísticos em Cairo, um passeio de balão sobre as margens do Rio Nilo deixa nitidamente claro a diferença de vida da faixa de terra em torno do rio para as terras um pouco mais distantes dessas águas. A Expedição tubarão no Mar Vermelho começa muita antes da data de embarque, apesar de toda tranquilidade dos mergulhos, é interessante que se leve consigo um pouco de experiência para viagem, a rotina de mergulho é intensa, os pontos são bem distintos, a grande probabilidade de encontro com grandes tubarões é muito real e a cultura local está completamente distante de nossas vidas.
O lugar é fantástico, os dias parecem muito curtos para se ver e viver tudo o que lugar lhe oferece. E após toda trajetória de volta nos voos chegando até São Paulo, a simples viagem de muitos mergulhadores ainda ficará na lembrança e nos sonhos que quem esteve naquelas águas de um azul infinito que emolduram os corais de um mar verdadeiramente vermelho. Sete dias embarcado, quatro dias em terras egípcias é certamente a viagem de uma vida.
Por Gilson Jr  Fotografia de Verdade.


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