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Cação não existe

Cação não existe
Cação é tubarão! Apenas uma nomenclatura para se vender carne de um animal em extinção

quinta-feira, 5 de março de 2015

Bahamas com os Grandes Tubarões




Não é por acaso que chegamos até aquele ponto de mergulho, uma enorme “bancada” de areia que media aproximadamente 100 km de comprimento por 80 km de largura e, uma profundidade média de 12 metros. A água nos brindava com quase 100% de visibilidade e, para completar o cenário, faltariam apenas os tubarões. Fomos em busca do Grande tubarão Tigre, o lindíssimo tubarão Limão, os numerosos tubarões de Recifes e para completar, O Grande Martelo e o estressadíssimo Tubarão Cabeça Chata.



Mais uma vez despencamos para águas que banham as ilhas que formam o arquipélago das Bahamas. Um voo até Miami e dali para frente, mais 10 horas de navegação até o ponto que se resume em água e tubarão. Não haveria necessidade de lente macro no equipamento fotográfico mas, também não haveria oportunidade para se enquadrar uma bela foto, esse pequeno detalhe fui descobrir logo na manhã seguinte, pouco antes de cair na água. É imprescindível um resumo do briefing para os mergulhos, os tubarões estarão presente em todos os mergulhos e, serão grandes.



Um pouco diferente das rotinas de quase todos os outros pontos de mergulhos, ali deveríamos primeiramente ver se há algum grande tubarão em volta da embarcação (Grande Tigre, o Cabeça Chata ou Grande Martelo), entrarmos na água rapidamente, se agarrar ao cabo guia e irmos até o fundo. A formação seria sempre a mesma. Haverá uma certa correnteza, formaríamos dois grupos paralelamente a corrente, o engodo ficará no meio e, os tubarões estariam constantemente surgindo pela correnteza atraídos pelo engodo, passariam pelo grupo e manteriam esse bailado o tempo todo, isso até o momento que Jim Abernethy (maiores detalhes) entrasse na água. A regra é simples, ou segue ou corre sério risco de morrer, na água ou dentro do barco. Estávamos a 10 horas de navegação, longe de todo e qualquer socorro.



A superfície já estava cheia de galhas, os tubarões já estavam em seu habitat era apenas uma questão de tempo para a chegada dos grandes.



Regra número 1: Todo mergulhador deve apontar com o dedo quando avistar um grande tubarão, e os colegas também deveriam apontar quando avistassem o mesmo tubarão.



Regra número 2: É necessário descer com um stick, uma vara de cano que serviria de proteção contra uma investida de algum tubarão. Não é para bater no tubarão, apenas deixar na posição vertical, apoiada no chão no caminho do tubarão, ele irá bater nessa proteção e, seguirá outro caminho. Para os fotógrafos ficaria a opção de usar o stick ou não, caso não usasse, o equipamento fotográfico seria a maior proteção. Nisso surge uma pergunta: Há o risco de quebrar o equipamento? Sim! Ou o equipamento ou a vida! Me parece convincente a justificativa.



Regra número 3: Ficaríamos ajoelhado ou em pé no fundo, se mover o mínimo possível para que não levantasse sedimentos na água, no fim de cada mergulho, o retorno para o barco seria individual e, sempre vigiando em 360 graus, uma subida pelo cabo guia, e uma entrada sem demora no barco.



Regra número 4: A princípio os fotógrafos não poderiam em hipótese alguma perder tempo com o equipamento, não poderia ficar enquadrando a imagem, não poderiam ficar admirando as fotos, ou seja, olho nos tubarões e, na fotografia o que desse. Não parece muito lógico mas, com o passar dos mergulhos, fomos acostumando com os muitos tubarões e a rotina começou a fluir mais naturalmente. Na prática, as últimas imagens que capturei ficaram muito melhores que as mais tensas dos primeiros mergulhos.




Inúmeras regras, umas conseguíamos quebrar, outras mais complicadas mas a intensão era apenas uma, aproveitar as muitas dezenas de tubarões que estariam por ali. E assim foi feito desde o primeiro até o último. 

Um descanso e em breve a continuação desta viagem fantástica!

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