UM GRANDE PRAZER DE ESTAR SUBMERSO!
Porque eu me tornaria refém de um ser que sempre foi vítima dos seres humanos, uma espécie que se diz racional, mas demonstram em sua atitudes, atos que nem os temidos tubarões conseguem cometer, de tão absurdo que é. Perder a vida por causa de suas barbatanas, porque a cultura diz que a sopa de tubarão é afrodisíaco, é um verdadeiro exemplo da irracionalidade humana. Vida de tubarão não é sopa! Meu mergulho não teria nenhuma gaiola de proteção, o sentido seria, eu, eles, e entre nós, apenas o azul de profundidade sem limite. É óbvio que rola um sentimento estranho em minha mente, uma mistura de ansiedade, tensão, curiosidade e muita expectativa.
O Shark feeding (a prática de alimentação de tubarões em mar aberto) é algo muito marcante para quem ama a vida no mar. Em águas do oceâno Índico, pertencente ao território de Durban, na África do Sul, fui para o ponto de encontro em um bote inflável, empurrado por dois motores muito fortes, e mesmo assim ainda passamos uns quarenta minutos vencendo um mar extremamente alto, ondas entravam pela proa e lavavam o bote a todo instante. Sob a responsabilidade de um guia local, que foi merecedor de um diploma da National Geographic, pela participação no documentário Planeta Azul, sentia-me mais seguro, pela confiança e conhecimento que via nele.
Nosso bote sofrendo os fortes movimentos das águas, sob um sol escaldante, começamos a apreciar, as dezenas de galhas com a ponta preta, rodearem nossa embarcação, atraídos pelo engodo, uma mistura de sangue, óleo e peixe morto, os Tubarões Galha Preta chegavam aos montes. As orientações eram as seguintes: O engodo ficará aos seis metros de profundidade, preso em uma bóia que será levada pela maré. Nós deveríamos ficar a uns quatro metros do engodo, paralelo a direção da correnteza. Não seria um encontro que talvez não acontecesse, eu estava ali já equipado para cair n`água, e os tubarões em nossa volta naquelas águas turbulentas.
Entramos. Um, dois, três, dez, vinte, quarenta, impossível contar quantos tubaões tinham exatamente, mas eram muitos. Agitados passávam por cima, por baixo, encostavam na gente sem querer, mas sempre demonstrando um enorme respeito por nós. Curiosos viam ver de perto, bem de perto, o que eram aquelas luzes que disparavam flahes a todos os instantes. O barulho das borbulhas de nosso equipamento de mergulho não deixava que eles se aproximassem muito, mas era só ficar em apnéia que imediatamente comaçavam a vir em minha direção, uns com cara de curiosos, outros já aparentavam estar meio estressados, mas era só soltar o ar da respiração que eles se afastavam novamente.
Passado alguns minutos no meio daquele movimento frenético, comecei a ficar mais a vontade, conseguindo ter uma maior interação, em alguns momentos achei até que fui um pouco abusado, ficando muito próximo do engodo.
Infelizmente seus movimentos rápidos, uma água que poderia ter um pouco mais de transparência e uns animais com até 2,8 metros de comprimentos, foram fundamentais para dificultar o resultado das fotos. Mas mesmo assim, me dei por satisfeito com relação ao trabalho fotográfico. Já a realização pessoal estava em alta, um verdadeiro fascínio realizado. Olhar dentro de seus olhos, ver a elegância daquela forma suave de nadar, estar ali presente em seu habitat, ficar em frente ao seu caminho é uma sensação forte, uma sensação praticamente perfeita.
Mas ainda precisava voltar para o bote, a superfície estava cheia deles. E ter que ficar com o corpo dentro d`água sem ter como ficar de olho neles, não achava muito interessante. Talvez a injustiça que os seres humanos cometem com os tubarões, me fizessem pensar que eu poderia estar dando “sopa” se não ficasse atento em suas atitudes a todos os instantes. Mas, com a mesma tranquilidade que nos receberam, nos deixaram ir. A agressividade está apenas nas atitudes de muitos homens, de pensar e agir como irracionais, dando vida uma imaginação completamente diferente da verdadeira realidade da vida de um tubarão. Gilson Jr.
Lições importantes:
• Não entre no engodo, a não ser que queira fazer parte do menu. Mantenha uma distância segura.
• Cuidado com o excesso de confiança..
• Configure corretamente o seu equipamento, pois o animal pode querer averiguar qualquer coisa solta que lhe chame a atenção. Especialmente se for brilhante e com cores que chamam atenção.
• Não entre no engodo, a não ser que queira fazer parte do menu. Mantenha uma distância segura.
• Cuidado com o excesso de confiança..
• Configure corretamente o seu equipamento, pois o animal pode querer averiguar qualquer coisa solta que lhe chame a atenção. Especialmente se for brilhante e com cores que chamam atenção.
Tubarão Galha-Preta Oceânico Conheça as duas espécies: o C. brevipinna e o C. limbatus! | ||
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Site de interesse.
Gilson, your pictures are just amazing!
ResponderExcluirCongratulations on your hobby, you're very talented!
Hugs, Ágatha.
Você escreve de uma forma espantosa. Depois de ver essas imagens se pudéssemos fechar os olhos e apenas ouvir o seu relato,certamente liberaríamos bolhinhas de ar ao repirarmos.
ResponderExcluirOi Gilson,
ResponderExcluirCurti muito o seu blog..
Posso pegar umas fotos e posts para colocar no meu?
Abs
Mtooo bom!
ResponderExcluirA tensão era tanta que vi as imagens em apnéia rs
Lindas! PERFEITAS as fotos!
Os comentários tb, mtooo bons!
fotos exelentes! Parabéns!
ResponderExcluirThis design is spectacular! You certainly know how to keep a reader
ResponderExcluirentertained. Between your wit and your videos,
I was almost moved to start my own blog (well, almost...HaHa!) Fantastic job.
I really loved what you had to say, and more than that, how you presented it.
Too cool!
Here is my weblog ... army games