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Cação não existe

Cação não existe
Cação é tubarão! Apenas uma nomenclatura para se vender carne de um animal em extinção

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Sudão Intocável Part.3





De um modo geral a vida marinha no Sudão se repete do tradicional encontrado pelas rotas do Egito, no meu ponto de vista, os recifes estão mais conservados e, consequentemente, a quantidade de vida em pequenos espaços é maior que a encontra mais ao norte. Achei que o Sudão, perdeu se comparado ao Egito, na quantidade de grandes peixes. Não vimos tantos atuns grandes com a mesma frequência que encontrei no Egito, as barracudas também não eram em grandes números. Apesar de um belo cardume de napoleões ter feito nossa alegria no final de um dos mergulhos. No Egito quando se via algum napoleão estava sozinho ou no máximo em dois, já esse cardume que nos acompanhou no Sudão haviam mais de dez grandes lindos indivíduos. Mas no resumo, não sou a favor dessas comparações, acho que cada destino de viagem é único e vão apenas complementando um currículo de experiência no mergulho.




Sete dias embarcados na rotina de dois mergulhos antes do almoço e um pela tarde, exceto um único mergulho noturno no mesmo ponto do check dive, foi fazendo a semana parecer passar mais rápido do que na realidade mas, ao mesmo tempo que os mergulhos iam chegando ao fim, também ficava mais próximo o dia que iríamos conhecer o naufrágio Umbria. Tem quem diga que é um grande concorrente do famoso Thistlegorm também naufragado nas águas do Mar Vermelho bem ao norte do Egito. O Umbria está relativamente às margens do porto em Port Sudan, entre vinte a trinta metros de profundidade. Um gigante com mais de cento e cinquenta metros de comprimento, que segundo a história foi afundado pelo próprio capitão Italiano, evitando que fosse dominado pelos ingleses



durante a guerra. Esse lindo navio à vapor está deitado sobre seu costado esquerdo. Um navio carregado de munições, carros e muitas garrafas de vinhos que ainda permanecem em seus porões. Infelizmente o último mergulho também chega ao fim e é hora de lavar e secar todo equipamento, aproveitar o calor intenso no deck superior e registrar mais algumas imagens até nosso iate aportar novamente no cais.



Sem muitas opções para visitar, fomos até uma cidade em ruinas conhecida como Porto Suakin, culturalmente um ponto interessante mas infelizmente uma obra que custou muitas vidas de corais do Mar Vermelho, os blocos que ergueram a cidade foram retirados dos corais daquela região. Hoje em dia é realizado um trabalho que tenta reestruturar a cidade, acredito que esta recuperação ainda irá levar longos anos até que a obra realmente chegue ao fim. No trajeto até esta cidade, pudemos ver toda aridez e pobreza daquela terra, algo que havíamos visto e imaginado durantes o voo quando cruzamos a região. Famílias de nômades, acampamentos no meio de um deserto sem qualquer esperança. E talvez fosse esta falta de esperança que fizeste uma linda menina sudanesa chorar tão desesperadamente quando nos viu partir de uma feira. Próximo a cidade em ruinas, paramos para poder vivenciar um pouco do dia a dia da população local em suas compras em uma feira com produtos para alimentação. Meu desespero em ver tanta pobreza não foi maior que da pequena menina que se entregou as lágrimas quando achou que poderia fugir de sua própria vida, junto daquele grupo de sul americanos.





























É hora de embarcar novamente com destino a Dubai, fazer uma rápida escala em Cartum, capital do país. Apenas um dia na grande cidade cheia de exuberâncias para na manhã seguinte, embarcar no voo direto com destino ao aeroporto internacional de São Paulo. Das lembranças da viagem, de todas as belezas e expectativas que foram superadas naquele país, muitas imagens ficaram em minha mente. Os funcionários do barco saltando do deck superior ao entardecer, da vida dos corais aos poucos metros de profundidades, da visão do sol despencando ao entardecer de cima do farol, da calçada ao anoitecer com seu desfile de tradições mas, nenhuma dela me ficou tão intensamente marcada com a imagem daquela face umedecida com as lágrimas que realmente não sei a real origem.











Sudão, um país as margens de um mar que supera qualquer expectativa.            

sábado, 17 de agosto de 2013

O contraste do deserto



O contraste entre os elementos de uma mesma imagem, o que seria apenas a diferença entre o branco e o preto, acabou sendo na prática, a distinção do céu e da terra. A arquitetura inconstante, as formas incansavelmente em processo de remodelação e o extremo entre a temperatura limite do frio ao calor, faz o deserto criar cenas para algumas fotos que por consequência nunca mais poderão ser vistas exatamente naquele mesmo ângulo. Altercar insanavelmente a direção da luz, o ponto do escuro e a luminosidade, é apenas uma questão para que o constaste do preto ao branco possa ser fortemente enfocado.



Quando fui pela primeira vez às areias escaldantes do deserto, estava muito mais preocupado em fotografar as pirâmides do que realmente qualquer outra coisa. Mas desta vez, fomos ver o deserto, simplesmente assim. E conforme combinado, exatamente às 14:00 horas a equipe chegou ao ponto de encontro para nos buscar. Com o sol ainda a pino, deixamos a rodovia para adentramos naquele solo empobrecido de vidas. Vidas que sobrevivem sobre uma terra que poderia ser diagnosticada como morta, se não fosse sua metamorfose insaciável de suas combinações no jogo das sombras.



Pilotos experientes que parecem conhecer aquele lugar e suas trilhas, tão bem quanto a incerteza do que haverá imediatamente após as cristas, que se formam com a ação dos ventos. Carros com seus pneus preparados para encararem a flacidez do solo, cabines reforçadas para suportarem uma possível capotagem e equipamento de refrigeração o suficiente para amenizar o calor que reflete dos brilhos daqueles pequenos grãos. Tudo isso formava o conjunto perfeito para arriscarmos uma travessia entre o lado de cá e o improvável de lá. E enquanto isso o sol ia descendo, e os contraste que se formavam, eram cada vez mais evidentes a diferença da penumbra para real sombra.



As paradas tinham que ser rápidas. Apenas algumas fotos, uma correria ao topo de um ponto que nos permitisse segurança, um pouco de admiração ao horizonte que se perdia entre as formas e novamente voltar para o carro. Teríamos que chegar ao ponto de apoio antes do sol realmente se despedir de nós. Já somavam mais de 4 horas que rodávamos praticamente sem um destino exato, pelo menos era o que eu estaria fazendo, se não fossem os guias locais que não se abatiam na imperfeição do lugar. Beleza e charme que necessitariam ser reconhecidos no posicionamento de uma máquina fotográfica, usada para registrar o momento daquele exato lugar.



Faltando apenas alguns metros para que o sol tocasse as areias naquele ponto distante, chegamos ao nosso oásis. A cultura do camelo como meio de transporte, o adestramento de aves de rapina e certamente um show com a dança do ventre, fizeram parte do encerramento do dia. Já sob um céu esquecido pelo sol, uma noite desprezada pelo calor do dia e uma fome derrotada pelo jantar típico daquele povo, me dei ao direito de uma cerveja. Amanhã embarco de volta para casa.








domingo, 14 de julho de 2013

Butterfly Fish - Os Borboletas de algumas águas.

Evidentemente são tubarões os que mais me empolgam na busca de meus pontos de mergulhos mas, infelizmente não é tão simples encontrá-los. Mas, a macro fotografia também me desperta muitos interesses. E no meio disso tudo os borboletas me fazem passar o tempo quando estou em água. Não sei ao certo o porquê, a certeza que tenho grande admiração por essa espécie.
Arraial do Cabo - Brasil
 Infelizmente no Brasil não existem muitas espécies dos butterfly fish. Um peixe relativamente fácil de ser fotografado por causa de sua curiosidade e de perfeita harmonia para uma belíssima imagem por serem simplesmente perfeitos em formas e cores.

Red Sea - Sudão
Teoricamente não sei afirmar se são realmente casais mas, é muito comum fotografar esses peixes na companhia de outro da mesmas espécie, Não tão comum é a formação de cardumes. Em mergulhos com profundidades superiores a 30 metros não são os melhores momentos para conseguir boas imagens, talvez pela pouca iluminação ou até mesmo pelo curto tempo de fundo.

Los Roques - Venezuela
  No primeiro instante eles costumam "fugir" da cena mas, a curiosidade alheia joga a favor do fotógrafo e, é aguardar alguns instantes e eles voltam para ver o que é aquele ser enorme e estranho. Acho que o próprio reflexo deles na lente do equipamento fotográfico possa ajudar a atraí-lo para foto.

Sodwana Bay - África do Sul
Três grandes pontos de mergulhos parecem serem os point para encontrar uma grande variedade dos borboletas, O Mar Vermelho as margens do Egito, o oceano Índico ao sul da África e também na parte sul do Mar Vermelho nas intocadas águas do Sudão.  Um conjunto de coisas em perfeita harmonia fazem criar o perfeito habitat. Temperatuda da água em torno dos 22 graus, a vida dos corais em total simbiose, o respeito do ser humano pela vida marinha e uma qualidade de água que não poderia ser um cenário mais perfeito para fotografia.


Entristeço em ver muitos deles morrerem nas confinadas águas de aquários nos quatro cantos o planeta, e me arrependo dos dias que me dediquei a tentar manté-los vivos no meu aquário, época que ainda não conhecia essas águas repletas de vidas.


Esses borboletas da foto acima, eram uns dos que sonhava em ter no meu aquário, depois de muito tempo e já alguma experiência com aquarismo, resolvi adquirir dois desses. Não lembro certo quanto tempo consegui mante-los vivos mas, certamente não morreram de velhice. Achava que seriam peixes impossíveis de serem vistos na natureza de tanta beleza que carregavam consigo. Meu primeiro mergulho em águas internacionais foi exatamente no Egito e especificamente o primeiro mergulho foi em um ponto que existia muito, muito mesmo dessa belíssima espécie. Durante o início da viagem, disse a um amigo que não me preocupava com a realidade do aquarismo no Brasil e em todo mundo, para mim, esses peixes eram como se fossem uma espécie de "boneco" não parecia fazer parte de uma natureza, hoje, em decadência.


De um modo geral, esta espécie é extremamente dicífil de ser criada em cativeiro, exige um alto grau de conhecimento e cuidados para que possam ser mantidos vivos por algum tempo em aquário. Qualquer desestabilidade na qualidade da água, é motivo para aparecimento de doença ou até mesmo a morte dos peixes. Digo isso com toda segurança, porque vivi por algum tempo essa prática de um crime contra a natureza. Pelo menos, até onde eu sei, esses peixes não estão no cardágio de uma alimentação a base de carne branca. O desequilíbrio dos mares e a pesca ornamental são os principais fatores de sua diminuição.



Sua melhor forma de defesa é a agilidade para se esconder entres os corais, de tamanho médio entre 15 a 22 cm, e um nadar muito rápido, fica fácil para esses peixes sairem do alcance de alguns possíveis predadores.


É comum encontrar os borboletas nas estações de limpezas praticando tratamento de pele nos grandes peixes que buscam essas áreas para eliminação dos parasítas, até os grandes tubarões se deixam aos cuidados desses inofencívos peixinhos.

Esse borboleta tem um dourado tão brilhante que até "atrapalha" a fotografia, por causa do contraste entre as cores escuras e claras. 






Pratique mergulho
Caia na água comigo!